
Donald Trump tem perspectivas de retornar ao poder em 2025, apesar da investigação parlamentar que pode responsabilizá-lo pela invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.
Em busca da reeleição, o ex-presidente republicano não aceitou o resultado das urnas, desacreditando o sistema eleitoral e incitando a invasão em Washington. Na semana passada, o depoimento da assessora da Casa Branca Cassidy Hutchinson deu evidências de que Trump estava disposto a liderar a insurreição.
Ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump durante discurso na Flórida neste sábado — Foto: Chandan Khanna/AFP
Agora, o sucessor democrata Joe Biden tem a pior aprovação da gestão – na casa dos 40%– e vive a maior inflação nos últimos 40 anos.
Em um cenário de polarização extrema, o presidente americano encontra dificuldades em implementar suas propostas. É o que explica o analista Oliver Stuenkel, ressaltando que os problemas políticos nos Estados Unidos vão além de Donald Trump
"É importante lembrar que, mesmo se o Trump for condenado - o que é possível nos próximos meses - , ele é um reflexo de uma transformação política americana. Mesmo se ele não for candidato - poderia ser, por exemplo, o governador do Estado da Flórida Ron DeSantis que também é trumpista", ressaltou Stuenkel no episódio #741 do podcast O Assunto.
"Essa dinâmica de não reconhecer a legitimidade de governo Biden, de aprofundar ainda mais a polarização, essa tendência veio para ficar então os problemas políticos dos Estados Unidos vão muito além de Donald Trump"
Em conversa com Renata Lo Prete, a jornalista e o professor de relações internacionais da FGV São Paulo ressaltam a vitória dos candidatos apoiados por Trump nas prévias que decidem os candidatos nas eleições parlamentares de novembro.
Oliver Stuenkel descreve também como a Suprema Corte toma sucessivas decisões que atrapalham administração atual, e diz que é nesse cenário que o líder da extrema-direita americana pode perpetuar sua influência no país.